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domingo, 27 de janeiro de 2013

Correr ajuda na prevenção do câncer de mama



Cientistas revelam que correr previne reincidência da doença e fortalece o coração das vítimas
 Não é de hoje que estudos demonstram que mulheres fisicamente ativas têm menores chances de ser vítimas do câncer de mama, o mais mortal dos tumores malignos entre a população feminina de todo o planeta. Ainda assim, no Brasil, as taxas de mortalidade por causa da doença continuam nas alturas — 12.500 mortes ao ano, em média, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). A novidade é que além de prevenir a doença, os esportes de alta performance, como a corrida, produzem nas mulheres já curadas do câncer uma espécie de barreira protetora, que impede a reincidência da doença, além de atuar a favor da saúde do coração delas. Motivos de sobra para tirar aquele tênis de corrida do armário.
Bem, pelo menos é o que sugerem os cientistas do Sports Medicine Center de Florença, da Itália, autores de um estudo apresentado recentemente no encontro do The American College of Sports Medicine, nos EUA. O trabalho mapeou por quatro anos a experiência de 30 atletas remadoras e ex-vítimas do câncer de mama. A expectativa era de que o esporte apresentasse significativo impacto sobre o desempenho do miocárdio das pacientes. Teoria comprovada, uma vez que a frequência cardíaca de repouso delas passou a ser menor após os anos de treinamento. A surpresa ficou por conta da descoberta de que atividades físicas adequadas, como a corrida e a caminhada rápida, permitem reduzir em 50% o risco de retorno do câncer de mama.
Segura, coração!
Para entender a importância da pesquisa, basta lembrar que as pacientes que vencem a batalha contra a doença podem, por vezes, ser submetidas a medicações vigorosas e técnicas como quimio ou radioterapia, responsáveis por enfraquecer a máquina do coração. “Daí a importância dos bons resultados desse estudo, como a melhora do condicionamento cardiorrespiratório por meio da prática de atividades físicas intensas, como a corrida”, avalia o oncologista Artur Malzyner, do Hospital Israelita Albert Einstein, além de membro da European Society for Medical Oncology.
Essa, digamos, parceria entre a atividade física e o coração funciona da seguinte forma: ao acelerar as passadas na pista, a corredora aumenta a eficiência do seu músculo cardíaco, permitindo que uma mesma quantidade de sangue seja bombeada por minuto, mas com menor número de batimentos do coração.
Tem mais, o exercício intenso dá um up no sistema imunológico, também escalado na luta contra as células cancerígenas.
Corrida com musculação
Especialmente no controle da obesidade versus diagnóstico de câncer, o esporte de alto rendimento é um grande aliado da mulher. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), Jomar Souza, “o tecido gorduroso funciona como uma usina de substâncias tóxicas, inclusive em casos de câncer de mama”. Daí a importância de se manter o corpo magro, sequinho. Atualmente, a comunidade científica já bate o martelo para a ideia de que obesidade provoca o acúmulo de substâncias parentes da insulina no organismo, capazes de estimular a multiplicação sem controle de células malignas.
Além de reduzir o risco de doenças cardiovasculares, a corrida ajuda as vítimas do câncer a emagrecer e manter o peso, com o consequente fortalecimento da autoestima — o que afasta o risco de elas caírem em depressão. De quebra, pode ser útil na recuperação física pós-cirurgia nas mamas, desde que aliada à musculação e ao pilates. A dobradinha corrida-musculação favorece o restabelecimento dos movimentos do corpo, dá força aos ombros e alivia a rigidez característica nas costas. Mas (atenção para o detalhe) só vale iniciar as séries e repetições sob orientação médica.
Retorno gradual e progressivo
A decisão de correr exige o aval de um oncologista, de um cirurgião plástico e de um médico do esporte. E não se pode ter pressa, sob o risco de queda do sistema imunológico. Com a liberação em mãos, de quatro a seis meses após o tratamento, o retorno deve ser gradual e progressivo. Assim, os sistemas cardiovascular, respiratório e musculoesquelético têm chance de se (re)adaptar às exigências do exercício. “O esporte competitivo não pode ser retomado imediatamente à fase final do tratamento, já que as pacientes ainda estão imunocomprometidas, e o treinamento intenso pode acentuar essa queda do sistema imunológico”, alerta Raphael Fraga, cardiologista do Hospital Samaritano. Além disso, o retorno desorganizado pode causar má cicatrização, sobrecarga cardiovascular, arritmias, exaustão precoce, distensões musculares e até fraturas. Já com o organismo preparado para encarar as atividades físicas, mulheres que sofreram com o câncer de mama podem encarar a corrida com a mesma energia com a qual enfrentaram o difícil tratamento.
As outras, que não tiveram de lutar essa batalha, fiquem de olho na prevenção, avancem nos treinos e deixem para trás o risco de fazer parte das estatísticas de vítimas da doença.
 Fonte; O2

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